Uma parte do Kaplún

Dos meios e dos fins na comunicação educativa
Mário Kaplun

Não há mais como não reconhecer que os meios de comunicação, através das novas tecnologias da informação, estão presentes nos processos educativos, nas escolas e na vida das pessoas, principalmente das mais jovens.

Os profissionais que trabalham na educação desses jovens estão utilizando cada vez mais essas tecnologias (visual, áudio-visual, analógicas e digitais) mas de uma maneira que ainda não atinge o aproveitamento máximo desses recursos; reproduzindo formas arcaicas de educação, como transmissão de informações, com uma “maquiagem” tecnológica; tendo os alunos como “receptáculos e depositários de informações”

Por mais que os profissionais da educação adotem aparatos e recursos tecnológicos, “por baixo dessa vistosa maquiagem ressurgiam as rugas do velho e glorioso modelo transmissor” ... porque “está firmemente implantada na sociedade e internalizada no tecido social”.

Kaplun diz que estes profissionais devem buscar alternativas dialógicas, usando as tecnologias para possibilitar uma maior comunicação entre educandos e entre educadores e educandos, proporcionando o “diálogo e intercâmbio em um espaço no qual, no lugar de locutores e ouvintes, instaure interlocutores”.

A utilização de técnicas jornalísticas na escola é apontada pelo autor como uma excelente alternativa para o uso dessas tecnologias. Utilizar o jornal-escola para que os estudantes produzam textos e os divulguem, a rádio-escola para o desenvolvimento da fala, a internet para a troca de informações.

O uso na educação de técnicas e métodos da imprensa faz com que as crianças possam “entregar-se a uma atividade não somente escolar mas também social e humana”.

“Para que usar os meios, se para o monólogo – ainda que seja mais atrativo e espetacular, mais povoado de imagens e de cores – ou para a participação e a interlocução; para seguir perpetuando alunos calados ou instituir educandos falantes; para continuar acrescentando a povoação de receptores ou gerar ou potencializar novos emissores”.