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quarta-feira, abril 25, 2007

Aula de hoje e Paulo Freire

Olá colegas,

A aula de hoje foi bastante produtiva, gostei do debate. Considero a discussão essencial para o entendimento dos textos.


Se já estava inclinada a ler todo o livro do Marcos Silva após a aula de hoje me sinto mais motivada.



PAULO FREIRE

Respondendo à pergunta da Salete acho que o conceito de dialogismo pode e deve ser apropriado pela comunicação.

Para Paulo Freire a educação dialógica torna o indivíduo crítico, independente. Ela parte do caráter histórico dos homens, os contextualiza, os coloca no mundo como seres inacabados, como homens-mundo. Como homens imersos em uma realidade histórica da qual não podem fugir. E para realizar-se precisam da comunhão, da solidariedade e da união. Pois os opressores não lhes darão a liberdade. Terão que conquistá-la, continuamente. É pelo diálogo que o homem impõe seu caminho, mas ele não existe sem humildade e partilha. Da mesma forma com as mídias. É um processo contínuo.


No capítulo 4 do Pedagogia do Oprimido Freire ressalta a importância de se analisar criticamente os meios de comunicação de massa, dentro de uma visão problematizadora da educação. Para isso pode-se utilizar jornais, revistas, capítulos de livros etc (p. 118). Freire fala da opressão cultural como importante estratégia de dominação. E ressalta que a invasão cultural serve à conquista dos povos, é a invasão de sua visão de mundo, é o freio à sua criatividade. A ação cultural está sempre a serviço da dominação ou da libertação dos homens. Não há neutralidade.

“Desrespeitando as potencialidades dos ser a que condiciona, a invasão cultural é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão de mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão. Neste sentido, a invasão cultural, indiscutivelmente alienante, realizada maciamente ou não, é sempre uma violência ao ser da cultura invadida, que perde sua originalidade ou se vê ameaçado de perdê-la” (p. 149).

“Por isto é que na invasão cultural (...) os invasores são os autores e os atores do processo. (...) Os invasores atuam: os invadidos tem a ilusão de que atuam, na atuação dos invasores. A invasão cultural tem uma dupla face. De um lado, é já dominação: de outro é tática de dominação” (p. 150).

“Quanto mais se acentua a invasão, alienando o ser da cultura e o ser dos invadidos, mais estes quererão parecer com aqueles: andar como aqueles, vestir à sua maneira, falar a seu modo” (p. 151). “Em verdade muitas vezes os seus agentes são igualmente homens dominados, ‘sobredeterminados’ pela própria cultura da opressão” (p. 151).


Vários autores tratam atualmente de invasão cultural, como Garcia Canclini e Stuart Hall.
E as considerações de Freire podem nos parecer óbvias e às vezes até banais, mas há que se levar em conta que o livro foi escrito na década de 70. É possível, portanto, que Paulo Freire tenha sido um dos primeiros autores a falar de invasão cultural!!! Isso é fantástico. Pois na época em questão receber produtos importados era uma honra!


Bom, já escrevi demais. Vou parar por aqui para “ouvir” os colegas.

Abraço a todos e até o “Venício de Lima”.

Lídia

1 Comments:

Blogger Salete said...

OLá, Lídia,
Que belo texto você escreveu! Você conhece bem a obra de Freire. Parabéns!
No entanto, você não respondeu à minha pergunta. Como pensar o blog pelo viés do Freire? Em que medida blog e Freire se aproximam ou se repelem?
Bom... com relação ao ecossietma comunicativo, creio que todos terão de ler aquele texto que citei (ou outros, claro, é só pesquisar...)

abril 25, 2007

 

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