TELEVISÃO, MARKETING, E PROPAGANDA PARA A TRANSFORMAÇÃO ?

A evidência da influência dos meios de comunicação sobre crianças, adolescentes e adultos, incluindo-se os idosos, é visível. Basta olhar ao redor para constatar. São explícitas as adequações desenvolvidas por todos para estarem (vestidos, maquiados, calçados, agindo e/ou atuando, sorrindo, comendo, cheirando, e lamentavelmente, pensando) como dita a moda imposta pela televisão, pelo marketing, pela propaganda, numa integração tão sofisticada como nunca vista antes.
São milhares de apelos diários, ou melhor, por minutos, e para dar uma ajuda extra já podemos contar com o computador, nesta contínua tarefa de condicionar mentes e consequentemente, opiniões, atitudes, hábitos, valores e comportamentos.
Mas nem tudo está perdido, todo este condicionamento, este enquadramento, que vão adaptando inconscientemente, podem ser revertidos, ou melhor, poderiam se a escola não estivesse auxiliando neste processo de inculcação pedagógica e violência simbólica, como já alertava Bordieu. A escola necessita de uma prática transformadora, auto-reflexiva, contextualizada, politizada, capaz de tornar explícitas as adaptações condicionantes oriundas dos veículos da mídia supracitados. Será necessário desconstruir os alicerces tão arraigados das nossas instituições escolares/educacionais, para promover esta prática transformadora. Como? Difícil responder, mas não impossível. Há não muito tempo atrás, alguém já discursava sobre a resposta :

A teoria materialista de que os homens são produto das circunstâcias e da educação e de que, portanto, homens modificados são produtos de circunstâncias diferentes e de educação modificada, esquece que as circunstâncias são modificadas precisamente pelos homens e que o própio educador precisa ser educado. Leva, pois, forçosamente, à divisão da sociedade em duas partes, uma das quais se sobrepõe à sociedade [...]. A coincidência da modificação das circunstâncias e da atividade humana só pode ser compreendida como prática transformadora. ( MARX apud MESZÁROS, 2005, p.21)



Vivemos numa intensa evolução tecnológica, que de modo algum será descartada pela educação, pois se observada por uma ótica transformadora, só irá contribuir nesse processo, no entanto, os objetivos das tecnologias precisam ser revistos, ou então estarão a serviço das propagandas de marketing, das vendas, da televisão comercial, dos discursos consumistas, condicionantes do homem e da mulher ''ideais'', e pouco sobrará à educação transformadora. TRANSFORMAR É PRECISO, MAS QUAL TRANSFORMAÇÃO SE FAZ NECESSÁRIA??!!!Tente pensar a respeito e só por precaução longe de discursos de ''marqueteiros pedagógicos''.

Aberto à contribuições.